segunda-feira, 6 de junho de 2011

Conceito de Primeiro Socorro

            Prestar primeiro socorro implica compreender e aplicar uma série de conhecimentos de forma a determinar prioridades e fomentar acções apropriadas com a finalidade de estabilizar e caso, seja possível, melhorar a situação da (s) vítima (s) numa situação de acidente.
Este conjunto de acções deve ser aplicado de forma rápida, depois do acontecido e tem um carácter limitado e temporário.

Princípios Gerais do Socorrismo

Existem três princípios que são: Prevenir, Alertar e Socorrer (P.A.S). Aplicam-se a todas as alterações ou doenças, independentemente da sua gravidade.
A prevenção tem como finalidade reduzir o número de acidentes, caso isto não seja possível, pelo menos pretende-se minimizar as suas consequências. Existem dois tipos de prevenção: a prevenção primária e prevenção secundária.
O alertar tem como objectivo pedir auxilio a pessoal especializado para o local onde o acidente ocorreu. O alerta pode ser executado através do telefone e do Bornes SOS – nas estradas, sendo o número nacional de emergência o 112. É importante salientar que o socorrista quando for alertar não deve deixar o local do acidente sem ninguém, devem permanecer pelo menos uma a duas pessoas.
É importante que o socorrista tenha consciência que o sucesso das suas práticas na grande parte dos casos está relacionado com a destreza, a rapidez e a qualidade das técnicas que o socorrista aplica. Também deve ter em consideração a gravidade da situação estabelecendo prioridades com o objectivo de ordenar e sistematizar as suas actuações.

Desta forma existem dois tipos de socorros: socorros essenciais e socorros secundários. Relativamente aos socorros essenciais trata-se de situações prioritárias que são quatro situações: ACHE, ou seja, Alterações cárdio – respiratórias; Choque; Hemorragia e Envenenamento. Os socorros secundários referem-se a todas as situações que não são referidas no socorro anterior, como por exemplo: queimaduras, feridas e fracturas.


Qualquer que seja o acidente, é dever do socorrista actuar rápido, com calma e correctamente para:

·         Preservar a vida;
·         Evitar o agravamento do estado da vítima;
·         Ajudar no seu restabelecimento.

Exame Geral da Vítima

Regras a seguir:

·         Mover a vítima o mínimo possível;
·         Começar o exame pela cabeça;
·         Comparar sempre os dois lados do corpo da vítima;
·         Usar todos os sentidos.

Exame Primário


1º Avaliação do grau de consciência


Este tipo de avaliação consiste em identificar se a(s) vítima(s) estão  conscientes ou inconscientes, caso as vítimas estejam conscientes deve-se recorrer a avaliação do grau de lucidez/obnubilação/ desorientação espacial e temporal.        
Quando se está a efectuar a avaliação do grau de consciência deve-se ter em conta os seguintes aspectos:
a. Abanar de forma leve a vítima, ao nível dos ombros.
           b. Conversar com a vítima, fazendo-lhe perguntas, tais como: “Está a ouvir-me? Está a sentir-se bem? Sabe onde está? Como se chama? Que dia é hoje? Que horas são?”.


2º Avaliação da função ventilatória

Nesta fase da avaliação o socorrista deve ver os movimentos do tórax e abdómen, ouvir se a vítima inspira e expira e sentir o ar expirado da vítima, aproximando a sua face ao nariz e boca da vítima. Se a vítima ventilar deve ser avaliada a frequência (nº de ciclos ventilatórios/min.), a amplitude (superficial ou profunda) e ritmo (regular ou irregular).


3º Avaliação da função circulatória


O socorrista deve tentar verificar se na vítima há existência ou não de pulsação arterial, para tal tem de verificar no pescoço, na artéria carótida, ou ao nível do braço, na artéria umeral, usando o dedo indicador e o médio (não se deve utilizar o dedo polegar visto que, este tem pulsação própria).



Se o socorrista examinar a existência de pulsação deve avaliar a frequência da vítima, bem como a amplitude e o ritmo.







Exame Secundário

1º Observar a face da vítima

            Pele
·         Temperatura (normal, quente ou fria);
·         Grau de humidade (normal, seca ou com suores);
·         Coloração (normal, congestionada, pálida ou cianosada).

Pupilas
·         Diâmetro (normais, dilatadas ou contraídas);
·         Simetria (comparação dos diâmetros);
·         Reacção à luz (presente ou ausente).
Deve-se verificar sempre se existem possibilidades de hemorragias nos orifícios naturais.


2º Observar o corpo (sempre no sentido da cabeça aos pés)
            Tentar descobrir outras situações de forma mais pormenorizada, a partir da observação e palpação do corpo da vítima.

 
3º Interrogatório da vítima
            Para tentar confirmar/desmentir suspeitas anteriores ou obter mais sintomas, se a vítima se encontrar consciente o socorrista poderá interrogá-la.

 
4º Interrogatório das testemunhas
            Nos casos em que a vítima se encontra inconsciente o interrogatório das testemunhas torna-se fundamental visto que pode acrescentar a observação metódica da vítima.



Qualidades do socorrista

            Para ser um bom socorrista deve possuir determinadas características que lhe permitam actuar de forma eficaz. Dessas fazem parte: ser perseverante; ser bom observador e bom improvisador; ter bons conhecimentos técnicos bem como espírito de equipa.

Feridas

As feridas implicam a ruptura da pele e pode ou não ser acompanhada de hemorragia.
As feridas podem ser classificadas da seguinte forma: simples ou ligeiras e feridas graves. As feridas graves podem-se classificar em profundas, extensas ou múltiplas e complicadas.

Feridas simples

Procedimentos aplicados:
     ·   Limpar a zona da ferida com água e sabão;
     ·   Colocar um penso com uma gaze esterilizada e uma ligadura ou um penso rápido;
     ·   Quando o penso estiver molhado ou sujo deve-se mudá-lo;
  •     ·    Verificar se a vítima continua com complicações, como por exemplos: febre, inchaço, dor latejante).
   ·    Se for preciso deve-se recorrer a observação médica.

 
Procedimentos a evitar:
·         Molhar o penso com água de modo a evitar a maceração dos bordos da ferida.

Feridas graves
Procedimentos aplicados:
·         Retirar da vítima objectos pessoais, visto que estes podem dificultar a circulação sanguínea;
·         Lavar com soro fisiológico e posteriormente com um desinfectante a pele sã ao redor de forma a evitar que os líquidos sujos passem para o interior da ferida, limpando sempre de dentro para fora;
·         Tapar a ferida com uma gaze esterilizada ou com um lenço limpo;
·         Ligar o penso a uma ligadura adequada;
·         Levar a vítima para um local onde seja atendido por uma equipa médica.

Procedimentos a evitar:
·         Colocar pós ou pomadas em cima da ferida;
·         Retirar corpos estranhos da ferida, através de sogras (rodilha), ligaduras ou compressas;
·         Em caso de evisceração proceder a reintrodução das vísceras de forma a evitar complicações.

1- Lenço triangular aberto;









2- Dobrar o vértice para o meio da base do lenço;


                                                                                    

3- Tornando a dobrar adquire-se uma gravata larga;


4- Fazendo uma segunda dobra obtêm-se uma gravata estreita.